quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Doação, reaproveitamento e hipocrisia.

A doação é um ato que deveria ser mais comum entre as pessoas, afinal não há ninguém tão pobre que não tenha nada a oferecer, como não há rico que nunca necessite de outro. Somos dependentes. Por mais que buscamos ou nos achamos auto suficiente, sempre estaremos na dependência de outrem, seja de seus recursos materiais e financeiros, aos serviços braçais ou intelectuais ou até mesmo de um tempo para nos ouvir. Doar é abrir mão de uma dessas nossas propriedades em beneficio de outro.
Segundo o Wikipedia, "Doação" é o ato de dar um bem próprio a outra pessoa, geralmente alguém necessitado, ou a uma instituição.
Necessitado, é qualquer individuo em situação de vulnerabilidade e esta passa pelas mais diversas necessidades, independente de sua classe social.
No entanto a hipocrisia de alguns tem dado uma outra extensão ao ato de doar ou se equivocando no uso do termo, ao transformar descarte em doação. Materiais que iriam para o lixo são destinados à pessoas ou instituições, afim de reaproveitarem o descarte. Bom, esse material não pode ser tratado como doação, pois a pessoa que ofereceu não abdicou de nenhuma propriedade, apenas deu destino diferente para algo que não lhe havia mais utilidade e iria para o lixo.
Certo dia um colega trocou seu guarda-roupa por um novo, como o usado não lhe servia mais, ele para não jogar no lixo, doou para uma instituição. Pois bem neste caso houve um equívoco na palavra "doação", não foi doação, algo que seria descartado ao lixo foi destinado ao reaproveitamento, que também é uma ação muito importante, porque devemos aproveitar ao máximo o que produzimos, no entanto tal ato não pode ser encarado como doação.
É comum escolas privadas de ensino fundamental, recolherem as sobras de material escolar de seus alunos durante o ano e encaminharem para alunos de instituições publicas de comunidades carentes, confundindo tal ato com doação, o que de fato não é, a escola privada agiu correto em dar um destino melhor para o material do que manda-lo ao lixo, porém não abriu mão de nenhum recurso material, financeiro ou humano para a instituição publica, portanto não é doação.
A hipocrisia de tornar descarte em doação, é uma pratica social muito comum e equivocada, que talvez esteja deixando muitas pessoas, que estão dando destinos diferentes para aquilo que não serve mais, com sentimento de solidariedade da "doação", e cada vez mais as classes oprimidas estão se tornando acolhedores do lixo da classe dominante.
É preciso ficar bem claro que o objetivo desse texto não é para ser contra o reaproveitamento de materiais, mas de não perpetuar a hipocrisia de muitos que não estão sendo solidários, e levantar uma reflexão a cada um de nós sobre o ato de "doar", que é puro e não pode ser exigido, ele é espontâneo. Dentro da sua complexidade é muito mais simples e substancial do que imaginamos.
Portanto lembre-se, "doar" não é dar destino a algo que não nos serve mais!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ano novo, velhas maldades

2011 iniciou-se com a esperança em dias melhores, pelo menos, se observarmos pelo viés educacional. As emissoras de televisão, tem propagado mudanças. Fala-se em estar a caminho da qualidade na Educação (essa história é velha...).
Como a esperança é a última que morre, nós, pobres professores, não temos outra opção. Devemos mais uma vez dar um voto de confiança ao MEC e esperar que as coisas mudem mesmo.
Por outro lado, o que se vê em São Paulo, são as maldades de sempre. Aquelas que o governo estadual emprega com os profissionais do magistério há quase duas décadas. Desconsiderando os mestres, dividindo-os e jogando-os a uma condição de vida cada vez mais miserável.
Sim, porque professor paulista não pertence mais a classe média como em outros tempos. Hoje, está equiparado a qualquer profissional de ensino médio, ganhando menos que muitos dos alunos que um dia formou e que na atualidade apenas prestam serviços por aí.
O professor paulista é mau pago, no sentido literal da palavra. Entra em pânico a cada janeiro, quando vê chegar os novos impostos e com eles, o seu dinheiro desaparecer como mágica. Não raro, esses profissionais possuem inúmeros empréstimos bancários, contraidos para pagar despesas normais do dia-a-dia.
Como a idéia é falar das velhas maldades, pois bem, ontem encontrei uma colega que disse-me que ligaram da escola para demiti-la. Como ela pertence a uma dessas sub-categorias inventadas por Serra e Paulo Renato, ela não poderá trabalhar em 2011, já que trabalhou em 2010.
Também, trabalhar todos os anos para quê? O salário é sempre a mesma porcaria. Quem precisa dele?
Seria comico, se não fosse trágico.

Taí amigo, avise-me quando postar, que eu postarei tbm no meu blog.
Um forte abraço.

                                                                                             Luana Alves Soares
                                                                                             Professora de História

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Professor ou Profissionais da Educação? parte I

"Professores e professoras são as verdadeiras autoridades da Educação nesse País" (Dilma Rousseff).
Entre tantas, talvez a frase que mais me chamou a atenção em seu discurso de posse, possivelmente por me atingir diretamente e aos meus colegas de trabalho. É com esse tipo de pensamento que pode se dar o 1º passo em direção a uma nova perspectiva de Educação e claro, que com novas ideias, de professores conscientes e comprometidos com o futuro da nossa sociedade.
Trazer o impacto dessa frase para a nossa realidade, é um desafio tão grande que geraria uma mudança de planos e conceitos. Dessa forma, eu pergunto: -Estariam, os professores, preparados para tais mudanças? -Estariam, os professores, estimulados para aceitarem essa mudança?
É muito bom e gratificante, e não mais que na hora, que se repense a Educação como um mecanismo que pode mudar e sendo ainda mais otimista, (a longo prazo), salvar a nossa sociedade!
                                                                                 MACHADO, Maristela. (Professora da rede publica)