sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Humanização da Educação - urgente

O Sistema de Educação é dos poucos serviços públicos que ainda não passou pelo processo de automatização, pelo menos no que se refere a rede publica. No entanto pode ser um do mais desumanos que temos.
É impressionante como é desconsiderado o fator emocional na carreira docente. Se discuti muito a má gestão dos recursos financeiros e pedagógicos e esquecem que quem executa o serviço são pessoas. Como dizia Paulo Freire, "... o aluno é gente, o professor é gente, o diretor é gente...", mas onde esta essa gente toda que esqueceu isso ou ainda não percebeu que todos somos gente ?
Esta semana tive um dos momento mais emocionantes da minha recente profissão docente. Uma professora que teve sua moral brutalmente agredida por alguns de seus alunos (entre 11 e 13 anos) entrou aos prantos, sem voz e desorientada na sala dos professores. Ela não precisou dizer nada a ninguém pois tal reação já estava prevista.
Havia dias que ela clamava por socorro. Porém nem grupo gestor ou docente teve a sensibilidade de oferecer um suporte a fim de evitar este dano emocional e que com certeza deixará cicatrizes.
Para muitos, um despreparo profissional da professora, outros não acreditam que crianças nesta idade possam abalar um adulto. Mas não podemos esquecer que há vários fatores que implicam o desequilíbrio emocional de uma pessoa, um deles é pedir ajuda e não ser ouvido.
É urgente ao profissional da educação criar um ambiente em que possamos ser mais solidários uns com os outros, assim evitar que danos possam acontecer ao educador ou ao aluno.
A educação não pode continuar a pautar as paginas de violência da mídia. Não se pede aqui um corporativismo na educação, mas que possamos estender as mãos aos nossos colegas de trabalho e oferecer o melhor para os educandos, em um ambiente em que ambos são vitimas de um sistema que pouco tem contribuído para diminuir o distanciamento entre as pessoas e conseqüentemente a desigualdade social.
Como podemos almejar uma sociedade menos desigual, se não nos reconhecemos neste grupo.