terça-feira, 19 de julho de 2011

Hipocrisia na educação

Sinto a necessidade de manifestar meus pensamentos por meio da escrita, na esperança de sensibilzar o leitor quanto a importância da articulação das idéias e mobilização da sociedade, para de fato promover uma mudança da sociedade em direção a diminuição da desigualdade e do aumento do respeito ao próximo.
Atualmente estamos presenciando uma grande discussão nacional sobre um kit que poderá ser distribuído pelo governo federal, na tentativa de combater a homofobia.
Bom o assunto gerou tanta polemica, que até parece que o Brasil não vive nenhum outro tipo de preconceito, pois todos eles são desconsiderados quando rotulamos o preconceito como exclusivo de um determinado seguimento social, isto em si já é preconceito.
Considerar que o preconceito que sofro é mais dolorido que o de outro, é forma de segregar grupos e fortalecer as agressões entre as pessoas. Afinal onde fica a dor de quem sofre preconceito por ser pobre ou por ser rico, do gordo e do magro, do gari e do executivo, do velho e do novo, do feio e do belo, da mulher e do homem, ...
...bom, são tantas as formas de agressão moral em nosso país que precisaria de vários blogs para elenca-los, portanto tal cartilha só vem evidenciar e ampliar o preconceito, seja lá ele qual for.
O governo deveria desenvolver uma cartilha sobre respeito a diversidade social, características de um país que pretende atingir a plenitude da democracia, no qual gostar ou não gostar, ser ou não ser é um direito de todos, porém qualquer um se sentir agredido por qualquer forma de preconceito, terá a justiça a seu favor.
A hipocrisia proliferada pela mídia de massa, devido aos lucros que determinados seguimentos podem garantir - principalmente no que se refere ao homossexualidade, tem tornado o preconceito como algo apenas para as questões sexuais, assim como antes dessa polemica o preconceito parecia ser sofrido apenas por pessoas tidas como negras.
Um jovem trabalhou por algum tempo como gari durante sua adolescência  período de grande relevância para construção de seu caráter e quebras de preconceitos. Enquanto usava seu macacão laranja, que chama atenção metros de distancia, passava desapercebido entre a multidão, os cumprimentos de boa tarde ou bom dia raramente eram correspondidos, as gatinhas então..., quase que passavam por cima, alguns colegas chegavam a passar do lado e não o cumprimentavam, e não era porque não o reconheciam, é que se quer percebiam tal personagem ao seu lado ou a sua frente. Mas quando estava sem o seu belo uniforme, despertava interesse nas mesmas garotas que o desprezavam em horário de trabalho, quando estava uniformizado. Fazer compras, nem pensar utilizando o uniforme, apesar de ser uma roupa de trabalho assim como a de um militar, médico ou qualquer outro trabalhador uniformizado, era visto com olhos de desprezo ou de medo pelos atendentes, que muita das vezes tinham um salário inferior ao seu, como se fosse assaltar o estabelecimento.
No entanto, sabemos que tal atitude preconceituosa não é característica de toda a sociedade, apesar do garoto passar por esses constrangimentos, isso era ocasionado por uma pequena parcela das pessoas, como negros, homossexuais, ricos, pobres, gordos e magros, não há uma característica comum entre eles, a não ser fato de todos serem seres humanos. O jovem sofreu preconceito por muitas dessas pessoas que também combatem algum tipo de preconceito, porém não perceberam as agressões que estavam cometendo. Por que sera?
Então, ele sofreu preconceito por ser um trabalhador?
Talvez alguns dizem: "isso não é nada", mas para um garoto de 15 anos assediado pelas drogas e pelo crime isto pode ser um sopro que faltava para o abismo da criminalidade do vicio às drogas. E durante toda a sua vida escolar, do pré-ensino (publico) até a universidade, esse garoto sequer recebeu uma cartilha para combater tal tipo de preconceito ou algum sistema de cota para reparar os danos emocionais por ele sofrido.
Hoje esse garoto é um homem que, como uma pequena parcela da sociedade, conseguiu se formar na universidade, e ainda sofre fortes agressões da sociedade e do governo por ser um profissional, "PROFESSOR". Diante disto o que lhe resta é acreditar que seu trabalho possa contribuir para aumentar o respeito entre as pessoas, em que elas tenham o direito de não gostar de outro, porém entendam que o outro tem o direito de ser e existir assim como é: negro ou branco, gordo ou magro, rico ou pobre, homo ou étero, gari ou PROFESSOR...
Enquanto a questão do respeito ao próximo não for tratada de maneira séria e com olhos para diversidade, em um espaço adequado com recursos didáticos e humanos suficientes, no qual os profissionais tem remuneração digna e capacitação continua, estaremos fadados ao fracasso escolar e consequentemente à uma nação mais violenta, na qual qualquer cartilha, de combate a este ou aquele preconceito, é apenas queima de recurso.
O respeito é o pilar determinante da democracia, os hipócritas que lutam por um país democrático sem diversidade, esta formando uma nação de escravos a serviço da minoria.
Antonio Alcebiades
11/07/11

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Adoção e sexualidade

Se analisarmos o histórico das familias, perceberemos que boa parte dos homosexuais são, evidentemente até pouco tempo antes da tenologia de fertilização, filhos de casais heteros, o que desqualifica a afirmação de que o fato de ser uma familia composta por casais homosexuais seus filhos, adotados ou não, serão homosexuais. Se forem não deixariam de ser seres humanos com menos direitos do que os heteros, com mesmas necessidades de direitos e deveres.
O carater do individuo não esta atrelado a sua sexualidade. Amor e respeito podem ser ofertados por todos individuos, independente de seu credo, cor ou de sua sexualidade. É preciso que permeiamos nossas discussões ao redor do respeito e não subdividirmos a sociedade em grupos que lutam por seus espaços porém não respeita o espaços dos outros.
A elaboração de uam cartilha publica voltada ao um determinado grupo da sociedade, no momento de combater a homofobia, é um verdadeiro equivoco, isso sem duvida nenhuma gera polemica e deixamos de discutir algo muito mais amplo que é o respeito à diversidade.
Heteros e homosexuais, brancos e negros,brasileiros e estrangeiros, gordos e magros, baixinhos e grandões, pobres e ricos, deveriamos todos formar uma grande coalizão na sociedade para pressionar o Estado no desenvolvimento de politicas publicas que possibilitem um sistema de ensino de qualidade, tendo como um de seus pilares o respeito a diversidade.
Combater o preconceito é um equivoco, precisamos é esclarecer as pessoas que o preconceito é inerente ao ser humano, mas a tolerancia à diversidade e o respeito ao próximo é uma questão de "EDUCAÇÃO" e inteligencia.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Preconceito x Hipocrisia

Estamos presenciando uma grande discussão nacional sobre um kit que poderá ser distribuído pelo governo federal, na tentativa de combater a homofobia.
Bom o assunto gerou tanta polemica, que até parece que o Brasil não vive nenhum outro tipo de preconceito, pois todos eles são desconsiderados quando rotulamos o preconceito como exclusivo de um determinado seguimento social, isto em si já é preconceito.
Considerar que o preconceito que sofro é mais dolorido que o de outro, é forma de segregar grupos e fortalecer as agressões entre as pessoas. Afinal onde fica a dor de quem sofre preconceito por ser pobre ou por ser rico, do gordo e do magro, do gari e do executivo, do velho e do novo, do feio e do belo, ...
Bom, são tantas as formas de agressão moral em nosso país que precisaria de vários blogs para elenca-los, portanto tal cartilha só vem evidenciar e ampliar o preconceito seja ele qual for.
O governo deveria desenvolver uma cartilha sobre respeito a diversidade social, características de um país que pretende atingir a plenitude da democracia, no qual gostar ou não gostar, ser ou não ser é um direito de todos, porém qualquer um se sentir agredido por qualquer forma de preconceito, terá a justiça a seu favor.
A hipocrisia proliferada pela mídia de massa, devido aos lucros que determinados seguimentos podem garantir - principalmente no que se refere ao homossexualidade, tem tornado o preconceito como algo apenas para as questões sexuais, assim como antes dessa polemica o preconceito parecia ser sofrido apenas por pessoas tidas como negras.
Trabalhei por algum tempo como gari durante minha adolescência  período de grande relevância para construção de meu caráter e quebras de preconceitos. Enquanto usava meu macacão laranja que chama atenção metros de distancia, passava desapercebido entre a multidão, meus cumprimentos de boa tarde ou bom dia raramente eram correspondidos, as gatinhas então..., quase que passavam por cima, alguns colegas chegavam a passar do meu lado e não me cumprimentavam, e não era porque não me reconheciam, é que se quer percebiam tal personagem ao seu lado ou a sua frente. E digo que quando estava sem o uniforme, cheguei a despertar interesses nas mesmas garotas que me desprezavam, quando eu estava uniformizado. Fazer compras, nem pensar utilizando o uniforme, apesar de ser um roupa de trabalho assim como a de um militar, médico ou qualquer outro trabalhador uniformizado, éramos vistos com olhos de desprezo ou de medo, como se fossemos assaltar o estabelecimento. Porém tal atitude preconceituosa não é característica de toda a sociedade, apesar de passar por esses constrangimento, isso era ocasionado por uma pequena parte das pessoas, como negros, homossexuais, ricos, pobres, gordos e magros.  Sofri preconceito por muitas dessas pessoas que também combate algum tipo de preconceito, porém não percebem as agressões contra os outros.
Então sofri preconceito por ser um trabalhador!
Talvez alguns dizem: "isso não é nada", mas para um garoto de 15 anos assediado pelas drogas e pelo crime isto pode ser um sopro que faltava para o abismo da criminalidade. E durante toda a minha vida escolar, do pré-ensino (publico) até a universidade, recebi sequer, uma cartilha para combater tal tipo de preconceito.
Enquanto a questão do respeito ao próximo não for tratada  de maneira séria e com os alhos para diversidade, em um espaço adequado com recursos didáticos e humanos suficientes, no qual os profissionais tem remuneração digna e capacitação continua, estaremos fadado ao fracasso escolar e consequentemente à uma nação mais violenta, na qual qualquer cartilha é apenas queima de recurso.
Antonio Alcebiades
11/07/11

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Humanização da Educação

O Sistema de Educação é dos poucos serviços públicos que ainda não passou pelo processo de automatização, pelo menos no que se refere a rede publica. No entanto pode ser um do mais desumanos que temos.

É impressionante como é desconsiderado o fator emocional na carreira docente. Se discuti muito a má gestão dos recursos financeiros e pedagógicos e esquecem que quem executa o serviço são pessoas. Como dizia Paulo Freire, "... o aluno é gente, o professor é gente, o diretor é gente...", mas onde esta essa gente toda que esqueceu isso ou ainda não percebeu que todos somos gente ?
Esta semana tive um dos momento mais emocionantes da minha recente profissão docente. Uma professora que teve sua moral brutalmente agredida por alguns de seus alunos (entre 11 e 13 anos) entrou aos prantos, sem voz e desorientada na sala dos professores. Ela não precisou dizer nada a ninguém pois tal reação já estava prevista.
Havia dias que ela clamava por socorro. Porém nem grupo gestor ou docente teve a sensibilidade de oferecer um suporte a fim de evitar este dano emocional e que com certeza deixará cicatrizes.
Para muitos, um despreparo profissional da professora, outros não acreditam que crianças nesta idade possam abalar um adulto. Mas não podemos esquecer que há vários fatores que implicam o desequilíbrio emocional de uma pessoa, um deles é pedir ajuda e não ser ouvido.
É urgente ao profissional da educação criar um ambiente em que possamos ser mais solidários uns com os outros, assim evitar que danos possam acontecer ao educador ou ao aluno.
A educação não pode continuar a pautar as paginas de violência da mídia. Não se pede aqui um corporativismo na educação, mas que possamos estender as mãos aos nossos colegas de trabalho e oferecer o melhor para os educandos, em um ambiente em que ambos são vitimas de um sistema que pouco tem contribuído para diminuir o distanciamento entre as pessoas e conseqüentemente a desigualdade social.
Como podemos almejar uma sociedade menos desigual, se não nos reconhecemos neste grupo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Democracia e Educação: sinonimos de hipocrisia.

Democraica e Educação: sinonimos de hipocrisia.



      A palavra democracia virou modismo em varias áreas, com um certo excesso, por lideranças de médio e alto escalão do poder publico. Porém a democracia se resume ao discurso, pois na prática esses são, em sua maioria, resistente as criticas e observações de seus liderados.
       No sistema de educação publica, isto é mais evidente. Secretários de educação e seus assessores, assim como gestores e coordenadores, estão carregados de estigmas da ditadura vividas pelo Brasil a partir de 64. Falam muito em democracia, mas não a exercem de fato.
       O discurso é carregado de hipocrisia: que é muito importante os profissionais da educação ( professores) se manifestarem, dizerem do que precisam, as dificuldades que sofrem, o que poderia ser feito para melhorar o trabalho docente, etc. Porém as respostas são sempre as mesmas: que a prefeitura investe muito em educação, que nunca tivemos um(a) secretário(o) tão atuante, que se compararmos esta instituição com outras irão ver que estão reclamando de barriga cheia e bla, bla, bla. Quando se sentem muito acuados pelos professores, não resistem e incorporam o instinto ditador de 64: "se não esta contente, então pedi conta". Isso me lembra os textos que li, sobre o regime militar " BRASIL: ame-o ou deixe-o", ou do famoso filme brasileiro Tropa de elite: "num guenta, então pedi pra sai".
       Bom é claro que tivemos muitos avanços, só que estamos longe do que podemos chamar de democracia. Tons de repressão são constantes na área da educação publica, o qual tem contribuído muito para o afastamento dos professores. A Educação é imprescindível para o sucesso de um país. No que se refere na qualidade de ensino e de inclusão social, e de fato promover o diminuição da desigualdade social que tanto assola nossa sociedade, é necessário um sistema de educação democrático, em que todos os setores da sociedade se sintam responsáveis pelo seu desenvolvimento.
       Como dizia Paulo Freire: "... educar é um ato politico". Portanto, se os educadores não tiverem plena convicção disso, a educação publica estará trabalhando para a manutenção de um sistema de exploração e enriquecimento de poucos.
       É preciso que professores compartilhem suas angustias e dificuldades, para formar um grande coalizão com outros setores da sociedade e de fato construir um processo de educação que promova de fato mudanças, o que só ocorrerá e um sistema democrático, em que todos os profissionais - professores, inspetores, equipe de limpeza, merenderas, ... - exijam que sejam tratados com respeito e igualdade.

domingo, 6 de março de 2011

Dia das Mulheres. Comemorar? O que?

Nova Iorque, 1857,  numa fábrica da indústria têxtil, 130 mulheres trabalhadoras - na maioria costureiras, morreram queimadas, após reivindicarem melhores condições de trabalho e como punição pagaram com a vida. Após esse período a legislação trabalhista obteve muitos avanços inclusive no Brasil, país em que o trabalhador é amparado pela justiça ancorada na Constituinte, garante a dignidade e liberdade de expressão.
No entanto em São José dos Campos - SP, a empresa Blazer Brasil, que produz roupas para marcas Growing, rede Dá vó, além de outras, coincidentemente, com aproximadamente 130 funcionários, na maioria mulheres costureiras, tem se mantido no século XIX, visto que na ultima semana ( 01 a 04/03/2011), decretou que todas as funcionarias que apresentaram atestado médico, teriam o beneficio da cesta básica cortado, o que de fato se cumpriu.
As funcionárias não se calaram diante de tal covardia e acionaram o sindicato, o qual junto com uma vereadora da cidade, realizaram um manifesto na porta da fabrica e colheu assinaturas das empregadas insatisfeitas com a repressão da empresa. A ação do sindicato não intimidou a direção - o que causa uma certa estranheza -, que no dia seguinte tornou o terrorismo psicológico, as funcionárias foram impedidas de sequer tirar sua pausa de descanso, as necessidades fisiológicas passaram a ser monitoradas pelo supervisor. Pra aumentar um pouco mais o drama, no final do trabalho desta sexta feira (04/03/2011), foram distribuídas algumas lembrancinhas em homenagem ao dia da mulher, porém só receberam aquelas que se negaram a assinar a lista do sindicato. "Quanta hipocrisia".
É preciso esclarecer que esta pratica de terrorismo é caracteristica principal Blazer Brasil, que não se preocupa nem um pouco com o sindicato que representa as trabalhadoras muito menos com a justiça do trabalho. Segundo funcionarias, a direção diz não temer a justiça, pois é lenta e faz acordo o que sai mais em conta do que respeita-la, quanto ao sindicato, a diretoria é apaziguadora, não vai para o enfrentamento.
O que tememos é que este tipo de comportamento empresa tome outras dimensões, como as da mulheres de Nova Iorque.
É inadmissível que o sindicato ainda não tenha acionado o ministério publico, e realizado uma mobilização junto aos representantes dos trabalhadores de outras categorias. É uma atitude suspeita por parte da direção sindical, que apenas quer controlar os ânimos dos indignados. E o partido dos trabalhadores (PT) ?  O PT de São José dos Campos, que por meio de uma vereadora esteve presente na porta da empresa, não pode esquecer que sua raiz é sindical e sustentada pelos trabalhadores, que apenas ouvir os desabafos dos oprimidos, não é suficiente. Desculpas de viagens de carnaval dos representantes legislativos, não justificam a omissão diante de tamanha crueldade, cadê seus assessores? Precisamos de ações concretas. Precisamos de mobilização!
Cortar a cesta básica das trabalhadoras é ilegal. Agora comunicar que não irão ter direito na hora de receber é desumano, ainda mais pelo fato de receberem o salário de um pouco mais de R$ 500,00.
Nós que não somos funcionários da Blazer Brasil, devemos nos indignar com este ato terrorista e boicotar produtos produzidos por esta empresa. 
Precisamos cobrar as instituições que nos representam, divulgando os atos de repressão do capitalismo e de omissão dos pseudos representantes sindicais e partidários.
É uma hipocrisia tamanha, empresas de marcas respeitadas contratarem serviços que violam os direitos e a dignidade humana. A exploração não esta só na China em que as leis trabalhistas são brandas, ela está aqui diante de nós, só não vê quem não quer, sustentada pela hipocrisia politica e religiosa.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Doação, reaproveitamento e hipocrisia.

A doação é um ato que deveria ser mais comum entre as pessoas, afinal não há ninguém tão pobre que não tenha nada a oferecer, como não há rico que nunca necessite de outro. Somos dependentes. Por mais que buscamos ou nos achamos auto suficiente, sempre estaremos na dependência de outrem, seja de seus recursos materiais e financeiros, aos serviços braçais ou intelectuais ou até mesmo de um tempo para nos ouvir. Doar é abrir mão de uma dessas nossas propriedades em beneficio de outro.
Segundo o Wikipedia, "Doação" é o ato de dar um bem próprio a outra pessoa, geralmente alguém necessitado, ou a uma instituição.
Necessitado, é qualquer individuo em situação de vulnerabilidade e esta passa pelas mais diversas necessidades, independente de sua classe social.
No entanto a hipocrisia de alguns tem dado uma outra extensão ao ato de doar ou se equivocando no uso do termo, ao transformar descarte em doação. Materiais que iriam para o lixo são destinados à pessoas ou instituições, afim de reaproveitarem o descarte. Bom, esse material não pode ser tratado como doação, pois a pessoa que ofereceu não abdicou de nenhuma propriedade, apenas deu destino diferente para algo que não lhe havia mais utilidade e iria para o lixo.
Certo dia um colega trocou seu guarda-roupa por um novo, como o usado não lhe servia mais, ele para não jogar no lixo, doou para uma instituição. Pois bem neste caso houve um equívoco na palavra "doação", não foi doação, algo que seria descartado ao lixo foi destinado ao reaproveitamento, que também é uma ação muito importante, porque devemos aproveitar ao máximo o que produzimos, no entanto tal ato não pode ser encarado como doação.
É comum escolas privadas de ensino fundamental, recolherem as sobras de material escolar de seus alunos durante o ano e encaminharem para alunos de instituições publicas de comunidades carentes, confundindo tal ato com doação, o que de fato não é, a escola privada agiu correto em dar um destino melhor para o material do que manda-lo ao lixo, porém não abriu mão de nenhum recurso material, financeiro ou humano para a instituição publica, portanto não é doação.
A hipocrisia de tornar descarte em doação, é uma pratica social muito comum e equivocada, que talvez esteja deixando muitas pessoas, que estão dando destinos diferentes para aquilo que não serve mais, com sentimento de solidariedade da "doação", e cada vez mais as classes oprimidas estão se tornando acolhedores do lixo da classe dominante.
É preciso ficar bem claro que o objetivo desse texto não é para ser contra o reaproveitamento de materiais, mas de não perpetuar a hipocrisia de muitos que não estão sendo solidários, e levantar uma reflexão a cada um de nós sobre o ato de "doar", que é puro e não pode ser exigido, ele é espontâneo. Dentro da sua complexidade é muito mais simples e substancial do que imaginamos.
Portanto lembre-se, "doar" não é dar destino a algo que não nos serve mais!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ano novo, velhas maldades

2011 iniciou-se com a esperança em dias melhores, pelo menos, se observarmos pelo viés educacional. As emissoras de televisão, tem propagado mudanças. Fala-se em estar a caminho da qualidade na Educação (essa história é velha...).
Como a esperança é a última que morre, nós, pobres professores, não temos outra opção. Devemos mais uma vez dar um voto de confiança ao MEC e esperar que as coisas mudem mesmo.
Por outro lado, o que se vê em São Paulo, são as maldades de sempre. Aquelas que o governo estadual emprega com os profissionais do magistério há quase duas décadas. Desconsiderando os mestres, dividindo-os e jogando-os a uma condição de vida cada vez mais miserável.
Sim, porque professor paulista não pertence mais a classe média como em outros tempos. Hoje, está equiparado a qualquer profissional de ensino médio, ganhando menos que muitos dos alunos que um dia formou e que na atualidade apenas prestam serviços por aí.
O professor paulista é mau pago, no sentido literal da palavra. Entra em pânico a cada janeiro, quando vê chegar os novos impostos e com eles, o seu dinheiro desaparecer como mágica. Não raro, esses profissionais possuem inúmeros empréstimos bancários, contraidos para pagar despesas normais do dia-a-dia.
Como a idéia é falar das velhas maldades, pois bem, ontem encontrei uma colega que disse-me que ligaram da escola para demiti-la. Como ela pertence a uma dessas sub-categorias inventadas por Serra e Paulo Renato, ela não poderá trabalhar em 2011, já que trabalhou em 2010.
Também, trabalhar todos os anos para quê? O salário é sempre a mesma porcaria. Quem precisa dele?
Seria comico, se não fosse trágico.

Taí amigo, avise-me quando postar, que eu postarei tbm no meu blog.
Um forte abraço.

                                                                                             Luana Alves Soares
                                                                                             Professora de História

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Professor ou Profissionais da Educação? parte I

"Professores e professoras são as verdadeiras autoridades da Educação nesse País" (Dilma Rousseff).
Entre tantas, talvez a frase que mais me chamou a atenção em seu discurso de posse, possivelmente por me atingir diretamente e aos meus colegas de trabalho. É com esse tipo de pensamento que pode se dar o 1º passo em direção a uma nova perspectiva de Educação e claro, que com novas ideias, de professores conscientes e comprometidos com o futuro da nossa sociedade.
Trazer o impacto dessa frase para a nossa realidade, é um desafio tão grande que geraria uma mudança de planos e conceitos. Dessa forma, eu pergunto: -Estariam, os professores, preparados para tais mudanças? -Estariam, os professores, estimulados para aceitarem essa mudança?
É muito bom e gratificante, e não mais que na hora, que se repense a Educação como um mecanismo que pode mudar e sendo ainda mais otimista, (a longo prazo), salvar a nossa sociedade!
                                                                                 MACHADO, Maristela. (Professora da rede publica)